Me Separei, e Agora? 

Fomos criados e ensinados pela sociedade, pela igreja e pela família, que um dia iremos crescer e encontrar alguém para constituir uma nova família. Esse seria para muitos o ciclo natural da vida. Porém, a sociedade muda, os valores mudam, comportamentos mudam, o modo de ser e de se estar no meio social muda com o tempo. 

Antigamente, no tempo dos nossos pais, a separação era tida como um comportamento imoral, pecaminoso e repreensível, forçando muitas vezes a permanência de muitas relações abusivas e sem mais nenhum sentimento, este nomeado de “amor”. 

Atualmente, segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de separações e divórcios já supera o número de casamentos por ano. 

Assim, na nossa sociedade, verifica-se uma quantidade grande e muito comum de homens e mulheres separados ou divorciados. 

Algumas relações matrimoniais são mantidas por conta da dependência geralmente de uma das partes. Outras a custo de não arranhar a reputação do casal ou da família. Já outras por conta de uma relação abusiva, onde um dos companheiros permanece sofrendo assédio moral ou até algum tipo de violência psicológica. 

Há também casos em que a existência de um ou mais filhos, faz com que o casal se suporte um ao outro para cuidá-los. Não ocorre uma separação de espaço físico, mesmo que o casal já não possui sentimento afetivo um pelo outro. 

Já quando a separação ou o divórcio ocorre de fato, abre-se um abismo de emoções e sentimentos. Reflexões como onde foi que eu errei ou como eu fui capaz de me casar com essa pessoa. 

A linha entre o amor e o ódio é tênue, onde a pessoa amada passa a ser o inimigo mortal. 

Essa mudança de sentimento e comportamento é explicada pela Psicanálise como um deslocamento do investimento de energia, pois na verdade, o que é muitas das vezes cruel de se dizer, é que o amor não existe ou nunca existiu. Quando dizemos que amamos alguém, de forma inconsciente não amamos a pessoa em si, e sim a sensação boa que ela nos causa. Assim, amamos o desejo e não o desejado. Da mesma forma, em que muitas das vezes deslocamos esse desejo para outro desejado, partindo para uma outra relação afetiva. 

O sofrimento vem porque idealizamos um amor platônico, o famoso “até que a morte os separe”. Na verdade, buscamos não arranhar a nossa imagem perante a sociedade, pois construímos um status social, de casados e bem sucedidos afetivamente. 

Com a separação, pode ocorrer um sentimento de culpa, de fracasso, de impotência, baixa auto-estima e infinitos questionamentos. 

Há casos em que uma pessoa recém separada se fecha afetivamente, como forma inconsciente de não se machucar novamente. Em outros casos, a pessoa busca o quanto antes entrar numa nova relação afetiva para não se sentir sozinha ou não ser vista sozinha, fazendo com que se sentisse desmoralizada e perdedora perante o meio social. Há também casos em que a pessoa se entrega a relacionamentos casuais como um novo hábito. 

Com a separação, muita coisa muda na rotina e na vida de uma pessoa. Geralmente essa vem acompanhada da perda de amigos que faziam parte da rotina do casal. Alguns escolhem uma das partes para apoiar, enquanto outros simplesmente desaparecem, pois de forma inconsciente não encontram sentido numa relação ímpar ou introjetam um medo de que a separação contamine seu casamento. 

Casais de amigos que não te convidam mais para ir a casa deles comer uma pizza, pois têm dificuldades em estar em impar e não mais em pares. Antes, eram dois casais de amigos, hoje há uma dificuldade em aceitar alguém que não vive mais com seu par, no máximo conversas por aplicativo, mas não mais visitas e passeios juntos. Seria como se houvesse no ar uma incompatibilidade. 

No caso de casais que se separam e possuem filhos deste relacionamento, pode vir a ocorrer o uso dos filhos como forma de punição ou ataque ao outro. Por vezes, pode vir a ocorrer o que chamamos de alienação parental, onde um dos pares tenta sabotar a relação do outro com o filho, geralmente por meio de intrigas e rebaixamento do outro através de mentiras. 

Quando o casamento não vai bem, independentemente do motivo, recomendamos ao casal a busca por ajuda profissional. Essa é feita pelo Psicólogo em atendimento ao casal, a chamada Terapia de Casal. 

A Terapia de Casal serve para se trabalhar as relações do casal, geralmente enfraquecida pela falta de atenção, de diálogo e de empatia. Lembre-se que não necessariamente ocorrerá a reconciliação, pois quando a relação já se encontra muito desgastada e ambos se encontram bem machucados e desestabilizados por uma relação tóxica, o melhor a se fazer é prepará-los para a separação de fato. 

Planejamos o casamento nunca contando com uma possível separação. Assim, quando acontece não sabemos o que fazer, como lidar com isso. Chamamos essa fase de Elaboração do Luto, pois por luto não apenas estamos se referindo a morte, mas também a toda e qualquer perda, seja a perda de um relacionamento, a perda de um emprego ou a morte de alguém de grande estima. 

Para todas essas situações, como para a nossa vida, recomenda-se a ajuda profissional do Psicólogo em Psicoterapia ou do Psicanalista em Análise. 

A vida é feita de fases, nem sempre tudo é para sempre ou as coisas acontecem conforme idealizamos. Temos que trabalhar a aceitação e aprender com a experiência, pois a vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos. 

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